Colaboradores: Gabriel Luíz, Rafael Aguiar e Carla Sobrino
1)
UERJ - 2000
(...)Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que
cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. (...) Eles não
lavram, nem criam. Não há aqui boi nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem
galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens.
Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente de frutos, que
a terra e as árvores de si lançam (...).
(CORTESÃO, Jaime. A Carta de Pero Vaz de Caminha. Rio de Janeiro:
Livros de Portugal, 1943.)
No Brasil, durante o
período colonial, as mudanças transcorridas na organização política, econômica
e social dos indígenas estão relacionadas com:
(A) o rompimento de sua unidade política, levando ao
fracionamento das federações tribais
(B) a expropriação das terras, provocando a
interiorização de muitas comunidades nativas
(C) a imposição gradativa do trabalho sedentário,
levando a sua utilização como mão-de-obra assalariada
(D) o seu largo emprego em trabalhos compulsórios na
pecuária e na mineração, provocando a sedentarização das comunidades do litoral
2) UNIRIO - 2005
O processo de expansão marítima que envolveu diversos
países europeus, ao final da idade média, se
encontra nas origens do mundo moderno. Ampliou horizontes geográficos e
do saber europeu, elevando a Europa a uma posição central de poder,
identificada com a própria modernidade. Sobre a expansão marítima européia,
entre os séculos XIV e XVI, é correto afirmar que:
a) favoreceu o monopólio dos holandeses nas rotas de especiarias
das Índias orientais, devido ao controle que exerciam sobre os conhecimentos
náuticos e cartográficos.
b) atraiu os navegadores às rotas do mediterrâneo
oriental em virtude do rico comércio com o oriente praticado nesta região pelos
mercadores italianos.
c) solucionou os problemas gerados pela explosão demográfica
ocorrida na Europa ao final da idade média, principalmente, na França.
d) permitiu a Espanha ampliar a reconquista com a
incorporação dos territórios árabes do norte da África.
e) possibilitou aos portugueses o controle do
Atlântico Sul, a partir da viagem de contorno da África e da descoberta do
Brasil
3) UFRRJ – 1999
“Coloquemo-nos naquela Europa anterior ao século XVI,
isolada dos trópicos, só indireta
e longinquamente acessíveis e imaginemo-la, como de
fato estava, privada quase inteiramente de produtos que se hoje, pela sua
banalidade, parecem secundários, eram então prezados como requintes de luxo.
Tome-se o caso do açúcar, que embora se cultivasse em pequena escala na
Sicília, era artigo de grande raridade e muita procura; até nos enxovais de
rainhas ele chegou a figurar como dote precioso e altamente prezado.”
PRADO Jr., Caio. Formação
do Brasil contemporâneo. São Paulo, Brasiliense,1961.
A colonização do Brasil, a
partir do século XVI, permitiu à Coroa Portuguesa usufruir das vantagens
trazidas pela s riquezas tropicais. Caracterizam a economia colonial
brasileira:
(A) o monopólio comercial,
a monocultura de exportação, o trabalho escravo e o predomínio das grandes
propriedades rurais.
(B) o livre comércio, a
indústria do vestuário, o trabalho livre e o predomínio das pequenas propriedades
rurais.
(C) o liberalismo
econômico, o trabalho assalariado, a monocultura canavieira e o predomínio
das grandes propriedades
rurais.
(D) o exclusivo colonial, o
trabalho escravo, a exportação de ferro e aço e o predomínio das pequenas
propriedades rurais.
(E)
o monopólio comercial, o trabalho assalariado, a produção para o mercado
interno e o predomínio das grandes propriedades rurais
3) UFRRJ – 1999
Os portugueses
foram os primeiros europeus a lançarem-se no processo de expansão marítima, no
século XV. Isto ocorreu devido a inúmeros fatores de ordem interna, tais como:
a precoce centralização política a uma burguesia forte e uma certa experiência
em navegação. Em relação a outros fatores que favoreceram a expansão marítima
portuguesa, podemos citar:
(A) a necessidade de descobrir novas jazidas de metais
preciosos para cunhagem de moedas e o desejo de chegar às Índias para
monopolizar o comércio de especiarias.
(B) a necessidade de descobrir novas jazidas de metais
preciosos para cunhagem de moedas e a feitura de uma aliança com a Espanha,
visando uma ação conjunta em relação ao descobrimento da América.
(C) a necessidade de descobrir novas jazidas de metais
preciosos para a cunhagem de moedas e o desejo de fundar novas cidades na costa
africana, levando-lhes o desenvolvimento técnico dos europeus.
(D) a necessidade de expandir a fé católica, bem como
a necessidade de se chegar às Índias viajando para o Ocidente, a fim de
divulgar os novos preceitos do Calvinismo.
(E) a necessidade de descobrir
novas jazidas de metais preciosos para cunhagem de moedas e o objetivo de
chegar às Índias para desenvolver a cultura de ambos países.
GABARITO: 1- B, 2- E, 3 - A
DISCURSIVAS:
UERJ- 2004
ABAIXO O IMPOSTO!
A caricatura critica o peso
dos tributos senhoriais, dos dízimos e das taxas que recaíam sobre o erceiro
Estado, no Absolutismo francês. Esses tributos transformaram-se em um dos
motivos da contestação que levou à crise
do Antigo Regime e à deflagração da Revolução Francesa.
A) Identifique duas
características do Absolutismo.
B) Conceitue os Estados
Gerais, convocados em 1788 por Luís XVI para discutir a crise
financeira da França, e
explique em que medida sua reunião contribuiu para o início
da
Revolução Francesa.
GABARITO:
01.
A)
Duas dentre as características:
-concentração
dos poderes executivo, legislativo, judiciário e militar nas mãos do
soberano
- legitimação
do exercício absoluto do poder pelo soberano, através da
invocação
da teoria do direito divino
- venda
de cargos como meio de recolher rendimentos da burguesia e da
nobreza
-abuso
de privilégios por parte da nobreza
- cobrança
de tributos régios
- mercantilismo
B) Assembléia
constituída pelos representantes da sociedade – Clero, Nobreza e Terceiro
Estado – que tinha a função de ajudar o soberano a resolver os principais problemas
da França.Reunidos em Versalhes, em maio de 1789, os representantes dos três
Estados se depararam com a questão de como se procederia às votações: manter o
voto por Estado ou adotar o voto por cabeça, pleito do Terceiro Estado. O não posicionamento
do monarca em relação a esta questão levou os deputados do Terceiro Estado a se
declararem, em Assembléia Nacional, marco de grande significância para a
experiência revolucionária francesa.
UFRRJ – 1999
Trinta
e dois anos haviam decorrido depois da descoberta do Brasil, quando o Rei de Portugal.
João II, filho de D.Manoel, teve notícia dos progressos que faziam os
castelhanos estabelecidos nas margens do
Paraguai e do desenvolvimento que davam os franceses ao seu comércio nos mares
do sul. Resolveu, então, dividir o seu enorme território da América em lotes de
50 léguas, distribuindo-os aos servidores mais notáveis do reino, que tivessem
por seus recursos ou crédito, condições de promover eficazmente a povoação e
defesa da parte que lhes fosse confiada.
Depois
de melhor informado por Martin Afonso de Souza que, com seu irmão Pero Lopes,
acabava de explorar a imensa costa, mandou El’Rei demarcar 15 lotes distintos,
dos quais fez mercê a 12 donatários. Conferiu-lhes, então, Cartas de Doação em
que lhes eram concedidas consideráveis regalias e poder de governadores. Tal
poder compreendia, também, o direito de escravizar os gentios, podendo até
mesmo enviá-los para Lisboa a fim de que fossem vendidos.
a) Explique uma razão da adoção
do Sistema de Capitanias Hereditárias no Brasil.
b) Cite dois motivos da
falência desse sistema administrativo no Brasil.
GABARITO:
a) Dentre outras razões, o candidato poderá explicar:
- Que a Coroa Portuguesa desejava povoar e colonizar o Brasil
sem dispor de grandes investimentos de capital e, para tal, a colonização ficou
a cargo de particulares.
- Que Portugal já possuía experiência com o Sistema de
Capitanias Hereditárias.
b) Dentre os motivos da falência do Sistema de Capitanias
Hereditárias o candidato poderá citar:
- A falta de investimentos financeiros por parte da Coroa na
Colônia.
- Os constantes ataques indígenas aos povoados.
- A dificuldade de povoação devido à grande
extensão territorial das Capitanias
UNIRIO – 2005
“O rápido desenvolvimento da indústria açucareira,
malgrado as enormes dificuldades decorrentes do meio físico, da hostilidade do
silvícola e do custo dos transportes, indica claramente que o esforço do
governo português se concentrara nesse setor.”
(FURTADO, Celso. Formação
Econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1977, p. 41.)
A coroa portuguesa viabilizou a ocupação e o
povoamento de seus territórios coloniais na América, entre os séculos XVI e
XVII, com a implantação da cana-de-açúcar. Os engenhos rapidamente se
espalharam pela costa brasileira, principalmente, a partir de Pernambuco e da
Bahia, tornando o açúcar a principal riqueza da economia colonial nesse
período.
Cite e explique uma
característica econômica da produção açucareira no Brasil colonial no período
demarcado acima.
GABARITO:
Monocultura
de exportação inserida no pacto colonial conforme as políticas e práticas mercantilistas (plantation); monocultura
voltada para o atendimento do mercado externo em regime de privilégios e
monopólios; modelo agro exportador; pacto colonial; cultura explorada em que
incluíam florestas fornecedoras de madeira, moendas, casa-grande, senzalas,
etc.; uso de mão-de-obra escrava como base do sistema econômico da produção açucareira
destacadamente de origem africana (tráfico negreiro); controle holandês das etapas
de refinação e comercialização do açúcar.
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