Após permanecer no poder por quase três
décadas, Hosni Mubarak, de 82 anos, renunciou nesta sexta-feira à Presidência
do Egito, após 18 dias de protestos nas ruas da capital, Cairo.
A
renúncia foi anunciada na TV estatal pelo vice-presidente egípcio, Omar
Suleiman. Segundo ele, Mubarak entregou a responsabilidade de conduzir a nação
a um alto conselho militar.
Mais informações sobre a trajetória de
Mubarak no site da BBC – Brasil
O Egito Moderno
A breve invasão francesa do Egito em 1798,
chefiada por Napoleão Bonaparte, resultou num grande
impacto no país e em sua cultura. Os egípcios foram expostos aos princípios da Revolução Francesa e tiveram a oportunidade de exercitar
o auto-governo.[13] À retirada francesa seguiu-se uma
série de guerras civis entre
os turcos otomanos, os mamelucos e mercenários albaneses,
até que Mehmet Ali, de origem albanesa, tomou o controlo do país e foi
nomeado vice-rei do Egito pelos otomanos em 1805.
Ali promoveu uma campanha de obras públicas modernizadoras, como projetos de
irrigação e reformas agrícolas, bem como uma maior industrialização do país,
tarefa continuada e ampliada por seu neto e sucessor, Ismail Paxá.
A Assembleia dos
Delegados foi fundada em 1866 com funções consultivas e veio a
influenciar de maneira importante as decisões do governo.[14] A
abertura do canal de Suez pelo Quediva Ismail, em 1869,
tornou o Egito um centro mundial de transporte e comércio, mas fez com que o
país contraísse uma pesada dívida junto às potências europeias.
Como resultado, o Reino Unidotomou o controlo do governo egípcio em 1882 para proteger os seus interesses
financeiros, em especial os relativos ao canal.
Logo após
intervir no país, o Reino Unido enviou tropas para Alexandria e para a zona do
canal, aproveitando-se da fraqueza das forças armadas egípcias. Com a derrota
do exército egípcio na batalha de Tel el-Kebir, as tropas britânicas alcançaram
o Cairo, eliminaram o governo nacionalista e dissolveram as forças armadas do
país. Tecnicamente, o Egito permaneceu como uma província otomana até 1914,
quando o Reino Unido derrubou Abbas II, último quediva egípcio, e formalmente declarou o
Egito um protetorado seu. Hussein Kamil, tio de Abbas, foi então nomeado sultão do Egito.
Entre 1882 e
1906, surgiu um movimento nacionalista que
propunha a independência. O Incidente de Dinshaway (em que soldados britânicos
abriram fogo contra um grupo de egípcios) levou a oposição egípcia a adoptar
uma posição mais forte contra a ocupação do país pelo Reino Unido. Fundaram-se
os primeiros partidos políticos locais. Após a Primeira
Guerra Mundial, Saad Zaghlul e o Partido Wafd chefiaram o movimento
nacionalista egípcio, ganhando a maioria da assembleia legislativa local.
Quando os britânicos exilaram Zaghlul e seus correligionários para Malta em 8 de Março de 1919,
o país levantou-se na primeira revolta de sua história moderna. As constantes
rebeliões por todo o país levaram o Reino Unido a proclamar, unilateralmente, a
independência do Egito, em 22 de Fevereiro de 1922.
O novo governo
egípcio promulgou uma constituição em
1923, com base num sistema parlamentarista representativo. Saad Zaghlul foi
eleito para o cargo de primeiro-ministro pelo
voto popular, em 1924. Em 1936, foi assinado o tratado anglo-egípcio, pelo qual o Reino Unido
se comprometia a defender o Egito e recebia o direito de manter tropas no canal
de Suez. A continuidade da ingerência britânica no país e o aumento do
envolvimento do rei do Egito na política levaram à queda da monarquia e à dissolução do parlamento, por meio
de um golpe militar conhecido como a Revolução de 1952.
Este "Movimento dos Oficiais Livres" forçou o Rei Faruk a
abdicar em favor do seu filho Fuad.
A República do
Egito foi proclamada em 18 de Junho de 1953,
presidida pelo General Muhammad Naguib. Em 1954, Gamal Abdel Nasser — o verdadeiro arquiteto do movimento
de 1952 — forçou Naguib a renunciar, colocando-o em prisão domiciliária. Nasser
assumiu a presidência e declarou a total independência do Egito com relação ao
Reino Unido, em 18 de Junho de 1956, com a conclusão da retirada das tropas
britânicas. Em 26 de Julho daquele
ano, nacionalizou o canal de Suez, deflagrando a chamada Crise do Suez.
Nasser faleceu
em 1970, três anos após a Guerra dos Seis Dias, na qual Israel
invadiu e ocupou a peninsula do Sinai. Sucedeu-o Anwar Al Sadat, que afastou o país da União
Soviética e o
aproximou dos Estados Unidos, expulsando os conselheiros soviéticos em 1972.
Promoveu uma reforma económica chamada "Infitá" e suprimiu de maneira
violenta tanto a oposição política quanto a religiosa.
Em 1973,
o Egito, juntamente com a Síria,
deflagrou a Guerra de Outubro (ou do Yom Kippur), um ataque-surpresa
contra as forças israelitas que ocupavam a península do Sinai e as colinas de Golã. Os EUA e a URSS intervieram e chegou-se a um
cessar-fogo. Embora não tenha resultado num sucesso militar, a maioria dos
historiadores concorda que o conflito representou uma vitória política que lhe
permitiu posteriormente recuperar o Sinai em troca da paz com Israel.
A histórica
visita de Sadat a Israel, em 1977,
levou ao tratado de paz de 1979,
que estipulava a retirada israelita completa do Sinai. A iniciativa de Sadat
causou enorme controvérsia no mundo árabe e provocou a expulsão do Egito da Liga Árabe,
embora fosse apoiada pela grande maioria dos egípcios. Um soldado fundamentalista
islâmico assassinou
Sadat no Cairo, em 1981.
Sucedeu-o Hosni Mubarak. Em 2003,
foi lançado o "Movimento Egípcio pela Mudança", que busca o retorno à democracia e a
ampliação das liberdades civis. Desde o dia 25 de janeiro de 2011,
o país assiste a massivos
protestos populares contra
o governo de Hosni Mubarak.
Em 11 de
Fevereiro de 2011, Hosni Mubarak anuncia sua renúncia.
Fonte: BBC – Brasil
Wikipédia
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