sábado, 19 de junho de 2010

Aulas de História da MPB para alunos da rede pública - RJ

Confira a reportagem do portal R7 - Agência Brasil:


A partir de junho, a história da MPB (Música Popular Brasileira) será ensinada nas escolas da rede estadual do Rio de Janeiro. A iniciativa da Secretaria Estadual de Educação atende à lei 11.769, que prevê o ensino de música na educação básica a partir do ano que vem. [...]
- A proposta de ensinar a história da MPB nas unidades da rede estadual irá enriquecer a cultura musical dos nossos jovens, além de relacionar o que é dito nas letras com conteúdos de disciplinas como história, língua portuguesa e literatura.
As aulas se destinam aos estudantes do ensino médio, mas não farão parte do currículo obrigatório. No primeiro momento, serão 16 escolas que vão receber as disciplinas, num total de 6.500 alunos.
Cada uma das unidades receberá um kit com seis DVDs, cartazes e livretos, material didático elaborado pelo instituto. Caberá ainda ao órgão orientar os professores para que o conteúdo da nova disciplina seja explorado da melhor maneira possível nas salas de aula.
Aulas de História em boa companhia
As aulas também vão resgatar as manifestações folclóricas, com suas músicas, coreografias e danças, destacando sua importância na preservação de valores e tradições. Veja a reportagem na íntegra no portal R7 

Imagens: Guia Brasil

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Escravidão do Brasil atual

Escravidão infantil: uma vergonha
Acompanhe parte este bom artigo da professora Adonia Antunes Prado publicado no JB Online:


"Recentes acontecimentos no município de Unaí, no Estado de Minas Gerais, dos quais resultaram mortos três fiscais do Ministério do Trabalho e o motorista que viajava com eles, trazem à discussão um tema que ultimamente tem ocupado corações, mentes e páginas da imprensa de grande circulação. Trata-se da presença do trabalho escravo em nosso país. A equipe de fiscalização abatida a tiros durante o percurso que a levaria a uma fazenda sobre a qual havia suspeitas de prática de relações trabalhistas irregulares não se movia, naquela ocasião, a partir de denúncias de trabalho escravo. Porém, de acordo com o que a imprensa tem veiculado, aparentemente alguns empresários rurais da região estariam envolvidos com essa prática em outros Estados. A ocorrência de acontecimento tão chocante quanto audacioso provoca algumas reflexões.
Comemorações pela assinatura da Lei Áurea na Praça XV - Paço da Cidade
Aprendemos que a escravidão foi abolida no Brasil no ano de 1888. Certo ou errado? Depende. A escravidão foi legalmente extinta pela princesa Isabel, no dia 13 de maio daquele ano. O trabalho forçado, a escravidão por dívida e a privação do elementar direito cidadão de ir e vir ainda existem no nosso país, apesar de inscritos no artigo 149 do Código Penal Brasileiro como crimes. Ou seja, pode-se falar, sem risco de erro, que, na prática, o trabalho escravo ainda existe em nosso país - e em várias partes do mundo.
A condição do trabalhador escravizado é a de alguém que não pode decidir por si próprio, não é sujeito de direitos e é tratado como mercadoria. O trabalhador que se encontra nessas condições é aliciado em locais distantes daquele onde vai trabalhar. Geralmente, é enganado pelo empreiteiro ou ''gato'', que promete contrato assinado em carteira, boas condições de trabalho, moradia e alimentação dignas etc. A realidade se mostra bem diferente quando o trabalhador se depara com maus-tratos, fome, doenças e, o que é pior, seu salário é retido quase que inteiramente com a desculpa de que é preciso ressarcir o patrão pelas despesas feitas com a sua viajem até a fazenda. O trabalhador, então, é obrigado a se submeter aos cálculos nem sempre honestos do patrão e, se tentar deixar o trabalho, é castigado, muitas vezes com a morte." Leia-o na íntegra no site do JB Online (clique no link).

Reportagem do JB Online: Trabalho Escravo Hoje

Eu opino, tu opinas, nós opinamos:
A escravidão ou escravismo, como todo conceito (histórico), requer sempre que possamos olhar esta prática abominável de trabalho em seu contexto histórico, ou seja, em sua historicidade. A prática escravista da Grécia Antiga foi diferente da prática escravista no nosso Brasil Colonial e Imperial. Mas enganam-se aqueles que pensavam que a escravidão em nosso país terminou com a assinatura da Princesa Isabel de Bragança. Ainda hoje, como podemos perceber no artigo acima da professora Adonia, que a mão-de-obra escrava de famílias inteiras (até crianças) é utilizada em muitas regiões em nosso país, lamentavelmente. Portanto, cabe a todos nós cidadãos, denunciar e combater esta violação aos direitos humanos - mesmo que seja assim: por meio de um simples post no blog e/ou pela divulgação de matérias/ artigos de jornais, como este demonstrado acima. Contamos com seu comentário!


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Futebol e Ditadura Militar




Presidente Médici e a Copa do Mundo de 1970



Em junho de 1970, a TV brasileira entra na era das transmissões mundiais via satélite. Na antena parabólica em Itaboraí (Rio de Janeiro), as imagens chegam a cores. No resto do Brasil, a televisão continua em preto e branco mas, ainda assim, o avanço é sensacional. Pela primeira vez, o brasileiro pode assistir a Copa do Mundo ao vivo, diretamente do México, e ver as "feras do Saldanha" em campo, em tempo real.
Primeiro jogo, primeiras emoções: o Brasil vence a Tchecoslováquia por 4 a 1. E, no jogo final, repete-se a façanha: o Brasil goleia também a Itália, com o mesmo resultado. No campo, as "feras": Tostão, Gerson, Rivelino, Clodoaldo, Pelé...
A seleção brasileira não foi um improviso, antes, resultou de uma operação de guerra em que o governo interferiu, passo-a-passo, para garantir a vitória, importante para o "marketing" da revolução. Por ordem do governo, a CDB (Confederação Brasileira de Desportos) criou a COSENA (Comissão Técnica Selecionadora), limitando ao técnico a possibilidade de escolher livremente os jogadores. E foi com essa equipe que o Brasilexperimentou suas primeiras vitórias nas eliminatórias: 5 a 0 contra a Venezuela, em Caracas; 6 a 2 contra a Colômbia, no Rio...
Há, também, interferências pessoais. O presidente da República exige, em certo momento, que seja escalado Dario, o "peito de aço", e recebe a cortante resposta de João Saldanha, dada pelo mesmo mensageiro: "Diga ao Presidente que ele escolhe seus ministros e eu escolho os meus jogadores". Saldanha é demitido da seleção, por ordem do Presidente e, em seu lugar, fica o técnico Mário Lobo Jorge Zagalo, que incluiu Dario no elenco, firmando-se a paz entre as partes.
Durante os preparativos, Médici oferece um almoço aos jogadores no Palácio das Laranjeiras e fala a cada um deles como torcedor bem informado: "Como bom entendedor – reporta um jornal – o Presidente dirigiu-se a cada um dos jogadores de forma especial: saudou a ‘canhotinha’ de Gerson, manifestou esperança nos gols de Dario, perguntou pelo olho de Tostão e dispensou a apresentação a Pelé (‘Este eu já conheço muito’). Everaldo mereceu um cumprimento especial e foi apresentado pelo próprio Presidente a dona Scylla (esposa de Médici): ‘Afinal de contas, ele vai representar nosso Grêmio lá no México’."
É com Zagalo que o Brasil conquista o tricampeonato. A Copa Jules Rimet é nossa para todo o sempre (até que, mais tarde, fosse roubada e derretida). A seleção chega ao Rio de Janeiro em 23 de junho de 1970, sob o delírio do povo. E para não faltar ninguém às ruas, foi decretado feriado nesse dia.
O presidente Médici sai à frente do palácio e ensaia uns passes, diante dos fotógrafos e cinegrafistas para mostrar que também é bom de bola. Ou, melhor, que é bom de propaganda. Acabava de faturar mais um lance, que aumentaria sua popularidade, obliterando o lado negativo de seu governo.
De permeio, alguns lances folclóricos. O Brasil exige da FIFA que a nova taça, a ser usada em 1974, passe a se chamar "Taça Edson Arantes do Nascimento", o que evidentemente não foi aceito. Em São Paulo, o prefeito Paulo Salim Maluf usa dinheiro público para presentear todos os jogadores com carros zero-quilômetro, ocasionando-lhe um processo que se estendeu por mais de vinte anos e que o obrigou a depositar o valor correspondente em juízo. Por fim, foi absolvido.


PRA FRENTE BRASIL



Os Incríveis



Noventa milhões em ação


Pra frente Brasil, no meu coração


Todos juntos, vamos pra frente Brasil
Salve a seleção!!!
De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo o Brasil deu a mão!
Todos ligados na mesma emoção, tudo é um só coração!
Todos juntos vamos pra frente Brasil!
Salve a seleção!
Todos juntos vamos pra frente Brasil!
Salve a seleção!
Gol!
Somos milhões em ação
Pra frente Brasil, no meu coração
Todos juntos, vamos pra frente Brasil
Salve a seleção!!!
De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo o Brasil deu a mão!
Todos ligados na mesma emoção, tudo é um só coração!
Todos juntos vamos pra frente Brasil!
Salve a seleção!
Todos juntos vamos pra frente Brasil!
Salve a seleção!
Salve a seleção!
Salve a seleção!
Salve a seleção!


EU TE AMO MEU BRASIL
Os Incríveis
Escola...


Marche...


As praias do brasil ensolaradas
Lá lá lá lá...

O chão onde país se elevou


A mão de Deus abençoou


Mulher que nasce aqui
Tem muito mais amor

O Céu do meu Brasil tem mais estrelas


O sol do meu país, mais esplendor


A mão de Deus abençoou
Em terras brasileiras vou plantar amor

Eu te amo, meu Brasil, eu te amo


Meu coração é verde, amarelo, branco, azul-anil


Eu te amo, meu Brasil, eu te amo
Ninguém segura a juventude do Brasil

As tardes do Brasil são mais douradas


Mulatas brotam cheias de calor


A mão de Deus abençoou
Eu vou ficar aqui, porque existe amor

No carnaval, os gringos querem vê-las


Num colossal desfile multicor


A mão de Deus abençoou
Em terras brasileiras vou plantar amor

Adoro meu Brasil de madrugada, lá, lá, lá, lá.


Nas horas que eu estou com meu amor,lá,lá,lá,lá.


A mão de Deus abençoou.
A minha amada vai comigo aonde eu for.

As noites do Brasil tem mais beleza, lá, lá, lá, lá.


A hora chora de tristeza e dor, lá, lá, lá, lá.


Porque a natureza sopra e ela vai-se embora enquanto eu planto amor.

Eu te amo meu Brasil, eu te amo.


Meu coração é verde, amarelo, branco, azul anil.


Eu te amo meu Brasil, eu te amo.

Ninguém segura a juventude do Brasil. 2 x
Fonte:http://letras.terra.com.br/os-incriveis/332979/


Saiu no Jornal e a gente bota aqui:
Pra não dizer que não...por Zuenir Ventura
"É claro que os jovens de hoje não fazem ideia do que foi. [A perda da copa de 1950 em pleno Maracanã]. Mas para nós a dor só aliviou um pouco oito anos depois, quando ganhamos na Suécia não só o título como dois dos maiores gênios do futebol, Pelé e Garrincha. Depois vieram a vitória de 62, o fiasco de 66 e a consagração épica de 70 - com a posse definitiva da taça, além da desforra: 3x1 sobre os uruguaios. Mas foi a Copa que dividiu a oposição política entre torcer a favor da seleção e, ao mesmo tempo, contra a ditadura, que se apropriara simbolicamente do time (o general Médici posava de torcedor nº 1)."
Fonte: O Globo - 12/06/10


Eu opino, tu opinas, nós opinamos...
Lembro de ter lido um texto sobre a política do "Pão e Circo" na Roma Antiga ( ainda postarei algo sobre isso). Esta era uma bela tentativa dos imperadores romanos de manter o povo sob domínio. Comparação à parte, o governo do General Emílio Garrastazu Medici (1969-1974) foi um dos mais repressivos da ditadura militar (1964-1985). Parte da população estava satisfeita com o chamado "milagre econômico" , mas ainda havia a miséria, a desigualdade social e as ações coercitivas -censura/ tortura, estas últimas típicas de um governo autoritário. Fico às vezes me perguntando: Por que o ano da Copa é o mesmo ano das eleições? Parece que nos tornamos "brasileiros" apenas na Copa do Mundo. Claro que podemos torcer, mas sem exageros...e alienação. 

Aula 1 e 2 - 1º ano do Ensino Médio com Exercícios


Fechando o conteúdo das aulas >>> gabarito dos exercícios em breve !!!! Aguardem !!!!




CIVILIZAÇÕES OU SOCIEDADES PRÉ-COLOMBIANAS 



Considerações Iniciais: 

Segundo o historiador Ronaldo Vainfas, o termo “índio” utilizado para designar os habitantes que aqui já viviam, foi equivocadamente criado por Cristóvão Colombo assim que chegou à América em 1492, por este acreditar que teria chegado nas Índias. A hipótese mais aceita para a origem do homem na América é que seus primeiros habitantes teriam vindo da Ásia atravessando a pé o Estreito de Bering, no final da idade do gelo, há 12 mil anos. 



O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais GuatemalaHonduras e Península de Yucatán (região sul do atual México). Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X, os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia. Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram governadas por um estado teocrático (o soberano considerado como um representante dos deuses na terra).  A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.  A base da economia maia era a agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação eram muito avançadas. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império. Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço na arquitetura. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas. A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo  calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano. Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes. Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero. 

 Civilização Asteca 

Povo guerreiro, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI. Fundaram no século XIV a importante cidade deTenochtitlán (atual Cidade do México), numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco.  A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era , como na civilização maia, formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides).  Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. Estes impostos eram pagos em forma de excedentes da produção agrícola ou prestação de serviços ao Estado. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da região.  Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo, uma espécie de sistema de contagem no pagamento de impostos e no número de trabalhadores,  por exemplo. O artesanato se destacava na confecção de cerâmicas, vasos, tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas.  A religião erapoliteísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia. Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses. Acreditavam que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes. 

Civilização Inca 

Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cuzco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532. O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média (funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei  em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas. [Image] [Image] TERRAÇOS  Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de  pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias.  Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã, carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas. [Image] A religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo). Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem: o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita.






A AMÉRICA COLONIAL ESPANHOLA 

1)       Considerações Iniciais: §         Expansão marítima comercial: A ocupação e exploração da América foi um desdobramento da expansão marítimo-comercial européia e elemento fundamental para o desenvolvimento do capitalismo. A colonização promovida pelos espanhóis deve ser entendida a partir da lógica mercantilista, baseada, portanto no Exclusivo metropolitano, ou seja, no monopólio da metrópole sobre suas colônias. §         1492: “Descoberta” da América : Índios  seres “selvagens”, “bárbaros”, “indolentes”  Visão EUROCÊNTRICA - EUROCENTRISMO 



Colonização da América Espanhola A conquista espanhola data de 1519, quando Hernan Cortez conquistou o Império Asteca (México). No ano de 1531, foi a vez de Francisco Pizarro conquistar o Império Inca (Peru). O processo de conquista foi extremamente violento, contribuindo para a dizimação das populações nativas. O uso da violência deveu-se à ânsia da descoberta dos metais preciosos e da vontade de escravizar os nativos da América. Após a conquista dos territórios, a Espanha iniciou a organização de seu imenso Império Colonial na América, através da imposição de estruturas políticas, econômicas e administrativas que atendessem o seu interesse mercantilista, qual seja, a acumulação de capitais. 

 2)      Formas de conquista empregadas pelos espanhóis: “A espada, a cruz e a fome iam dizimando a família selvagem” (Pablo Neruda) 

§         A ESPADA - Conquista bélica: armas de fogo, uso da pólvora. Transporte: cavalos §         A CRUZ - Conquista espiritual:catequização indígena; ação da Igreja católica §         A FOME - Conquista material/psicológica: mudança nos modos de vida – trabalho exaustivo; abusos freqüentes, desapropriação das terras indígenas 

Observação: apesar das formas de dominação espanhola, é necessário colocar que os nativos (Auracanos, Chichimecas, Chiriguanos) resistiram de diferentes maneiras, tais como: “guerrilhas”, recusa ao trabalho forçado e ao processo de cristianização. Estruturas sociais, econômicas e administrativas 

ü      Organização político-administrativa: As capitulações eram contratos em que a Coroa concedia permissão para explorar, conquistar e povoar terras, fixando direitos e deveres recíprocos. Surgiram assim os adelantados, responsáveis pela colonização e que acabaram representando o poder de fato nas terras coloniais, como Cortez e Pizarro que, apesar de incorporarem ao domínio espanhol grandes quantidades de terra, não conseguiram implementar um sistema eficiente de exploração, normalmente pela existência de disputas entre aqueles que participavam do empreendimento. Por isso, à medida que se revelavam as riquezas do Novo Mundo, a Coroa foi centralizando o processo de colonização, anulando as concessões feitas aos particulares (adelantados).  Divisão da área colonial em quatro vice-reinados (Nova Espanha, Nova Granada, Peru e Prata) e quatro capitanias-gerais ( Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile ). OConselho das Índias, ligado diretamente ao rei, ficava encarregado da administração geral das colônias e a Casa de Contratação era encarregada da fiscalização, da regulamentação do comércio e da cobrança dos Tributos. O poder local era exercido através dosCabildos, as Câmaras Municipais. A administração espanhola era bastante descentralizada, estando cada unidade colonial subordinada diretamente à metrópole. ü      Organização da economia colonial: Como se sabe, o sentido da colonização era, através da exploração, obter produtos valiosos que pudessem auxiliar os Estados europeus na acumulação de capitais, ficando a área colonial obrigada a comprar os excedentes produzidos na Europa. Desta forma, a atividade econômica principal foi a mineração (ouro e prata ). A grande quantidade de ouro e prata, retirada da América e enviada para a Europa, comprometeu o desenvolvimento industrial da Espanha e gerou uma enorme inflação na Europa, processo conhecido como a "revolução dos preços", em virtude da desvalorização da moeda e pelo aumento geral dos preços. O comércio dos metais preciosos era controlado pela Casa de Contratação, que adotou o sistema de porto único - todo metal precioso deveria ser enviado para Sevilha. O trabalho adotado nas minas foi o trabalho compulsório dos indígenas, sob a forma da encomienda: o colono tinha o direito de explorar o trabalho indígena, em troca de sua cristianização. Havia também uma outra forma de exploração do nativo, exercida pela Metrópole, que realizava o recrutamento em massa do indígena, obrigando-o a realizar obras públicas, era o repartimiento. Esta exploração era semelhante a Mita, uma forma de trabalho compulsória que existia na época pré-colombiana. Lembre-se: Encomienda- servidão indígena - foi um sistema criado pelos espanhóis, e consistia na exploração de um grupo ou comunidade de indígenas por um colono, a partir da concessão das autoridades locais, enquanto o colono vivesse. Em troca, este deveria pagar um tributo à metrópole e promover a cristianização dos indígenas. Dessa forma o colono de origem espanhola era duplamente favorecido, na medida em que utilizava-se da mão de obra e ao mesmo tempo, impunha sua religião, moral e costumes aos nativos. Repartimiento - sistema de trabalho assalariado forçado, pelo qual determinado número de índios, era obrigado a se deslocar para certos lugares e prestar serviços que lhe fossem designados. O “repartimiento” também era conhecido pelo nome de Mita trabalho forçado ou compulsório, instituição incaica utilizada pelos proprietários de minas, semelhante ao “cuatequil” asteca. Uma determinada quantia de homens de cada comunidade indígena eram escolhidos por sorteio (pelos curacas – chefes das aldeias) e renovados de tempos em tempos, a “mita” geralmente era de 4 meses a um ano, os mitaios recebiam um pequeno salário. Era utilizada principalmente na mineração. 

MINERAÇÃO –> MÉXICO: ouro / PERU: prata ATIVIDADES COMPLEMENTARES (abastecimento das regiões mineradoras) - produtos agrícolas - batata, milho, tabaco e cana de açúcar - sendo que os dois últimos destinavam-se à exportação; pecuária (região sul – couro e charque) 

ü      Organização social- A sociedade colonial era rigidamente estratificada, privilegiando a elite de nascimento, homens brancos, nascidos na Espanha ou América:  

Chapetones - eram os homens brancos, nascidos na Espanha e que vivendo na colônia representavam os interesses metropolitanos, ocupando altos cargos administrativos, judiciais, militares e no comércio externo. 

Criollos - Elite colonial, descendentes de espanhóis, nascidos na América, grandes proprietários rurais ou arrendatários de minas, podiam ocupar cargos administrativos ou militares inferiores. 

Mestiços - de brancos com índios, eram homens livres, trabalhadores braçais desqualificados e superexplorados na cidade (oficinas) e no campo ( capatazes). 

Escravos negros - nas Antilhas representavam a maioria da sociedade e trabalhavam principalmente nas casas da elite colonial e na agricultura. 
Indígenas - grande maioria da população, foram submetidos ao trabalho forçado através da mita ou da encomienda, que na prática eram formas diferenciadas de escravidão, apesar da proibição oficial desta pela metrópole. 



EXERCÍCIOS ! 

1)      Sobre as sociedades pré-colombianas, marque nas sentenças abaixo: (V) para verdadeira e (F) para falsa:
a.(  ) A civilização maia construiu um império semelhante ao Império Inca com expansão militar e ideológica;
b.(  ) Os povos nômades eram compostos de tribos caçadoras e coletoras, viviam em pequenos bandos e praticavam uma agricultura intensiva;
c. (  ) Os povos das “altas culturas” como Astecas , Maias e Incas; constituíram cidades, praticavam uma agricultura intensiva e estavam submetidos a um Estado (governo);
d. (  ) Os povos ameríndios das “altas culturas” eram politeístas; pagavam tributos em forma de mercadorias e serviços aos governos, e estes tinham como característica a teocracia.


2) “Quem me dera, ao menos uma vez,


Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três


E esse mesmo Deus foi morto por vocês -


É só maldade então, deixar um Deus tão triste”


(Índios – Renato Russo – 1986)

Quanto à Religião, disse que a sua era muito boa e que se dava muito bem com ela, que não queria e que também não lhe convinha colocar em discussão e controvérsia uma coisa aprovada há tanto tempo. Dizia, além disso, que Jesus Cristo estava morto, mas que o sol o a lua não morriam, e perguntava ao monge como é que ele sabia que o Deus dos cristãos havia criado o mundo. Frei Vicente lhe respondeu que este livro o contava e assim dizendo, deu-lhe o seu breviário. Atabalipa pegou-o, abriu-o, olhou-o de todos os lados e o folheou. Dizendo que o livro não falava palavra alguma sobre o assunto, jogou-o ao chão. Frei Vicente apanhou seu breviário e foi até Pizarro, gritando: “Ele atirou os Evangelhos ao chão. Vingança, Cristãos! Atirem!”
(Francisco LÓPEZ DE GOMARA, Histoire Générale des Indes, 1568.)
Baseado nas análises interpretativas dos trechos acima, responda ao que se pede:
a)      Identifique uma das formas de conquista empregadas pelos colonizadores espanhóis visível nos trechos acima e explique-a.

b)      Cite e explique as outras duas formas de conquista espanhola e, também, descreva as maneiras encontradas pelos nativos como forma de resistência à dominação dos espanhóis.

3)      Sobre a colonização na América espanhola, marque a alternativa correta:
        I.      A existência de rivalidade no interior de algumas sociedades americanas foi explorada pelos espanhóis, que procuravam estimular os antagonismos existentes, a fim de enfraquecer a reação contra a conquista;
      II.      A colonização na América espanhola se deu por meio das capitulações que eram contratos em que a Coroa concedia a particulares, chamados adelantados, permissão para explorar, conquistar e povoar terras, fixando direitos e deveres recíprocos;
    III.      A mão-de-obra escrava africana era a principal utilizada na América Espanhola tanto nas minas quanto nas “haciendas” (fazendas);
    IV.      Em 1519, o imperador asteca Montezuma recebeu os espanhóis comandados pelo conquistador Hernan Cortez de forma amistosa, por acreditarem que estes eram deuses que retornariam ao mundo conforme as profecias do seu povo;
      V.      Devido ao caráter corrupto da administração colonial espanhola, a Coroa estabeleceu uma série de medidas político-administrativas para centralizar o comércio exclusivista com suas colônias.
a)      se somente as afirmativas I e III estiverem corretas;
b)      se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas;
c)      se somente as afirmativas I, II, IV e V estiverem corretas;
d)      se somente as afirmativas I, II e V estiverem corretas;
e)      se todas as afirmativas estiverem corretas.

4)      Na colonização da América os espanhóis utilizaram‐se de dois sistemas para enquadrar o trabalho dos índios. Dê o nome e explique como funcionava cada um desses sistemas.

5) Nas alternativas abaixo marque a(s) incorreta(s):

a)      Os Cabildos ou ayuntamientos eram equivalentes às câmaras municipais; formados por elementos da elite colonial e subordinados às leis da Espanha, mas com autonomia para promover a administração local - municipal.
b)      O primeiro órgão estatal foi o Conselho das Índias que era responsável pelo controle de todo o comércio realizado com as colônias da América e, também, pelo estabelecimento do regime de Porto Único.
c)      A  Casa de Contratação foi criada em 1509, por Carlos V, e a ela cabia as decisões políticas em relação às colônias, nomeando Vice-reis e Capitães gerais; autoridades militares e judiciais. 
d)      A grande maioria da população era composta pelos indígenas, e estes foram submetidos ao trabalho forçado através da mita ou da encomienda, que na prática eram formas diferenciadas de escravidão, apesar da proibição oficial desta pela metrópole.

e) Os chapetones faziam parte da elite colonial; descendentes de espanhóis, nascidos na América, grandes proprietários rurais ou arrendatários de minas e que podiam ocupar cargos administrativos ou militares inferiores.



GABARITO:
1) A – F (cidades-estados maias não constituíram um império); B – F (os povos nômades não praticavam a agricultura por não serem fixos na terra); C - V ; D - V

2) a. A conquista espiritual em que a Igreja católica agiu na cristianização dos nativos para salvá-los da “barbárie”.
b. A conquista bélica pela utilização das armas de fogo, uso da pólvora e cavalos como transporte. A conquista material/psicológica pela desapropriação das terras indígenas, mudanças nos modos de vida e de produção, além da aculturação (assimilação de elementos culturais dos europeus).
Com relação às formas de resistência dos nativos, podemos citar: intensas lutas com os espanhóis, recusa aos processos de escravidão “disfarçada” e cristianização, além de suicídios, abortos e etc.

a)       RESPOSTA CERTA: C – A afirmativa III está incorreta, tendo em vista que a principal mão-de-obra utilizada era a indígena em forma de encomienda e mita e, não, a escrava africana, utilizada em menor escala (trabalhos domésticos e na atividade agrícola).

4) Os sistemas mencionados pela questão eram  a encomienda e a mita. A encomienda era uma forma de trabalho compulsório e não remunerado. Os índios eram entregues a um espanhol, o encomendeiro, que deveria dar proteção e cristianizar os nativos, distribuindo‐os posteriormente aos colonizadores. Na prática correspondeu também a uma verdadeira escravidão. Na mita se sorteava uma certa quantidade de índios de cada comunidade para trabalhar nas minas. A mita era uma antiga instituição incaica e os espanhóis transformaram esse tipo de trabalho em uma verdadeira escravidão. Esses dois sistemas de exploração de trabalho dizimaram milhões de indígenas. Eles pereciam de fome, doenças, maus‐tratos e excesso de trabalho.
5) Alternativas Incorretas: B – Conselho das Índias (Casa de Contratação); C - Casa de Contratação (Conselho das Índias); E – Chapetones (Criollos).